O átomo quântico
Há 100 anos, o físico dinamarquês
Niels Bohr propôs o primeiro modelo atômico quântico. O trabalho
abriu caminho para uma melhor compreensão da estrutura do átomo e o
desenvolvimento da teoria atômica moderna.
Por: José Fernando Rocha e Roberto
Rivelino Moreno
Instituto de Física
Universidade Federal da Bahia
O desenvolvimento de uma teoria atômica
que explicasse a origem da luz (energia) emitida ou absorvida pelos
átomos foi um grande desafio para muitos físicos no início do
século passado. Uma contribuição importante para superar esse
desafio foi dada, em 1913, em uma série de artigos na revista
inglesa Philosophical Magazine (S. 6, vol. 26, n. 151, p. 1-25; p.
476-502; p. 857-875), pelo físico dinamarquês Niels Henrik David
Bohr (1885-1962), dois anos depois de ele ter iniciado, na
Inglaterra, um estágio de pós-doutoramento com dois eminentes
cientistas.
No entanto, esse modelo contrariava as leis do eletromagnetismo clássico. Segundo essa teoria, elétrons em movimento acelerado emitiriam luz e, com isso, colapsariam contra o núcleo em uma fração de segundo, o que comprometeria a própria existência do átomo.
Outro problema com o modelo de
Rutherford: ele não permitia explicar a forma como os átomos
devolviam ao meio a luz que incidia sobre eles. Com a ajuda de um
espectroscópio, aparelho cujo cerne é um prisma, a luz irradiada
pelos átomos aparecia na forma de raias (linhas paralelas) com cores
(frequências) variadas. O conjunto dessas raias é denominado
espectro atômico e é característico para cada átomo.
A grande contribuição de Bohr se deu
quando ele notou que poderia estender para o átomo a hipótese
elaborada, em 1900, pelo físico alemão Max Planck (1858-1947): na
natureza, a energia é gerada e absorvida em diminutos pacotes – e
não de forma contínua. Cada um desses pacotes é denominado quantum
– daí, o termo teoria quântica.
Fonte: Ciencia Hoje, 30/07/13.
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